quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Incompetência ou Má-fé?

Prefeitura transforma reunião do OP em bagunça; das 6 obras propostas pelo Vereador Reinaldo e aprovadas na reunião do Distrito Sede, Prefeitura exclui 4  

O Vereador Reinaldo Fernandes (PT) participou, nessa terça-feira, 24/11, da reunião final do Orçamento Participativo. Mas o que era para ser um ensaio de participação popular foi transformado numa bagunça pela Secretaria de Planejamento (sic!) do titular Cérson Machado. O que ele e Jayme Wilson (PSDB) coordenaram na noite de 24/11 foi um arremedo de OP. Na fala de um morador de Coronel Eurico, estavam “fazendo a população de palhaços”.
As reclamações tinham fundamento. Por pura incompetência, ou por má-fé mesmo, Cérson Machado e Jayme Wilson, coordenadores do OP, cometeram uma série de atitudes autoritárias, equivocadas e desastrosas.

Discriminação aos moradores do Santa Efigênia, Lourdes, Carmo e Soares

Das seis obras propostas pelo Vereador Reinaldo Fernandes (PT) e aprovadas na reunião do Distrito Sede, Cérson e Jaymão excluíram quatro. O bairro Santa Efigênia, um dos maiores, dos mais tradicionais e dos mais antigos bairros de Brumadinho foi novamente discriminado. A praça aprovada para o bairro foi cortada por Cérson e Jaymão. Eles alegaram que era “ obra sem previsão orçamentária”. Ora, a reunião era EXATAMENTE para incluir as obras no Orçamento! Alegaram ainda que a obra necessitava “de um estudo de projeto pela SMOSP”, argumento mais sem pé nem cabeça.
Outra obra proposta pelo Vereador Reinaldo e aprovada na reunião do Distrito Sede foi retirada do OP por Cérson e Jaymão, a instalação de uma Academia de Ginástica ao Ar Livre no Bairro do Carmo. Segundo Cérson e Jaymão, a academia para os moradores do bairro do Carmo é “de responsabilidade do Ministério da Saúde”, e não poderia ser do OP.
Mas Cérson e Jaymão não pararam aí! Eles excluíram também a construção de nova ponte na estrada principal na entrada de Soares. Vários moradores de Soares, que depois de um dia de trabalho se esforçaram para participar da reunião, ficaram decepcionados. Cérson e Jaymão alegaram que a obra não poderia ser votada no OP porque, pasmem!, não havia “previsão orçamentária”, e que a obra necessitava de “projeto e licenças ambientais”.
Mas não pararam aí. O Secretário e o Coordenador do OP impediram também que outra obra importante proposta por Reinaldo e aprovada anteriormente fosse votada. Trata-se da construção de 150 metros de Rede de Esgoto para moradias da parte de baixo da Rua Lízio Pacífico Homem de Andrade, próximo às ruas José da Silva Fernandes e José Nem de Figueiredo Neto, onde fica localizada a Casa da Criança da Prefeitura. Cérson e Jaymão disseram que a obra é “de responsabilidade da COPASA”. E decidiram deixar as crianças cheirando cocô o dia interior! Foi um tapa da cara dos moradores do bairro de Lourdes!
Para impedir que a rede de esgoto fosse escolhida, Jaymão e Cérson usaram um argumento muito ruim e falacioso, pois a obra esteve presente no Orçamento do município em 2013 e 2014, e, por mais de uma vez, foi prometida pela Secretaria de Obras e Serviços Urbanos, sem ser realizada. É como se o Secretário e o Coordenador dissessem que é proibido ao Município fazer rede de esgoto, o que é falso, como se pode verificar na Lei Orçamentária de Brumadinho.

Obras fantasmas incluídas

Curiosamente, ao mesmo tempo em que excluíram obras legitimamente aprovadas na reunião do Distrito Sede, onde eles, Cérson Machado e Jayme Wilson, estavam presentes e não questionaram em momento algum as obras aprovadas, os dois acrescentaram obras que não foram discutidas na reunião. O acréscimo dessas obras levou os presentes a desconfiarem de que estariam tentando beneficiar alguns “amiguinhos” ao incluí-las arbitrariamente, sem que tivessem sido aprovadas pela população.
Mas o absurdo não parava aí, ia além: os dois incluíram até obra “fantasma”, como “reforma do campo Society Salgado Filhos”. Moradores do bairro, presentes à reunião, denunciaram que nunca houve campo society no Salgado Filho.
    
Morador de Coronel Eurico indignado:“Estão fazendo a
população de palhaços”.
Valores questionáveis ou inventados

A impressão que se teve dos valores das obras apresentados por Cérson e Jaymão foi a de que não houve  a necessária seriedade no levantamento dos custos. Ou que “chutaram” os valores das obras. Indignado, um morador de Coronel Eurico reclamava dos valores referentes a apenas 800 metros de calçamento.   
Outra moradora, essa de um condomínio, apontava que a mesma obra apareceu em dois lugares, mas com valores diferentes. E prometeu recorrer das decisões da reunião.
Já no grupo da Sede, o valor de uma obra proposta pelo Vereador Reinaldo e aprovada na reunião do Distrito foi motivo de chacota pelos presentes. Era a construção de um pequeno banheiro no Estacionamento Público, na entrada do bairro São Conrado, para uso dos motoristas que trabalham de aluguel e ficam estacionados ali. A obra foi orçada em R$ 60.000,00 (sessenta mil reais). “Deve ser com banheira de hidromassagem”, gozou uma moça bem humorada que participava da reunião.
De positivo foi a vontade da população em participar e influenciar nas decisões do Município. Mais de cem pessoas, de vários cantos de Brumadinho, compareceram à Câmara, sedentas por melhorar o local onde moram.
“É uma grande pena que a Prefeitura não trate o Orçamento Participativo com a seriedade e honestidade que ele merece!”, lamentou o vereador Reinaldo Fernandes. “Ao discriminar bairros como Santa Efigênia e Soares, a Administração comete um erro grave, porque não se deve fazer isso com as pessoas; ao agir de forma autoritária, excluindo propostas legitimamente aprovadas pelo coletivo, e incluindo outras que não foram aprovadas, a Prefeitura explicita sua face antidemocrática”, diz. “Espero que tudo que aconteceu tenha sido só por incompetência, porque incompetência a gente até perdoa. Mas se foi por má-fé...”, finaliza o petista.       












2 comentários:

  1. A cada dia sinto mais e mais vergonha de mim! Por educador de parte deste meu povo, por fazer parte de povo que lutou pela democracia pela liberdade de ser, e ter que entregar a meus filhos simples e abobinavelmente a derrota das virtudes pelos vícios, amo meu pedaço de chão. Vibro ao ouvir meu hino e jamais usei a bandeira de meu país para enrolar meu corpo na pecami noza manifestação de nacionalidade.
    Brasil veras que um filho teu não foge a luta.

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  2. A cada dia sinto mais e mais vergonha de mim! Por educador de parte deste meu povo, por fazer parte de povo que lutou pela democracia pela liberdade de ser, e ter que entregar a meus filhos simples e abobinavelmente a derrota das virtudes pelos vícios, amo meu pedaço de chão. Vibro ao ouvir meu hino e jamais usei a bandeira de meu país para enrolar meu corpo na pecami noza manifestação de nacionalidade.
    Brasil veras que um filho teu não foge a luta.

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